sexta-feira, 12 de março de 2010

Subversão de valores, ou ainda, mãe quero ir ao Shopping!

Atualmente existe uma rede de relações sociais que está totalmente ligada a certos subsistemas (posto policial, fazenda do Coronel, a área do traficante, a “lei” do político da cidadezinha do interior etc.) que por sua vez ganham força e se espelham no sistema maior que é representado pelo Estado (leviatã) que imperiosamente tem o poder de resolver os conflitos sociais e criar diretrizes para o convívio “harmônico” dentro da sociedade. O sistema e os subsistemas acabaram moldando características que ossificaram e são inerentes a determinados grupos de pessoas dentro de um território, essas características se baseiam em moldes tidos por “Os Melhores” que existem no ocidente e veio com a cultura de massa e o consumismo desenfreado.
Hoje em dia existe o amor comprado na padaria, mas isso é culpa dos padeiros que começaram a vender sonhos e agora já não é mais difícil encontrar o amor em qualquer esquina. Já tem até farmácia querendo vender a "pílula da felicidade".
O que mais conseguimos identificar nas ruas são pessoas padronizadas, que fazem parte de um circulo social que apresentam as mesmas características (roupas, saldo bancário, jardim com orquídeas roxinhas, já ouvi até dizer que algumas têm o mesmo marido, mas deixemos isso de lado).
Precisamos mencionar as crianças neste breve romance da vida cotidiana. Desde que nascem já herdam os nomes estrangeiros isso é impressionante, mostrando ainda a forte influência da Europa na vida deste povinho tão querido, agora entendo o que Lima Barreto sofreu ao tentar mostrar a realidade brasileira deixando de lado os moldes e as influências européias, mas juro que se vivo fosse naquela época, eu o teria aconselhado, como não? Claro que o teria aconselhado, aposto minha cabeça com o diabo que o teria aconselhado da melhor forma possível.
Eu iria insistir para que o seu Policarpo Quaresma não fosse um tanto nacionalista. Existem as dores de estômago dos fidalgos, elas são tão atraentes que não sei de onde o Barreto foi ver utilidade em descrever a realidade social brasileira.
Voltando as queridinhas crianças bochechudas brasileiras, elas são apresentadas logo, bem cedinho ao titio Ronald Mcdonald, pois é, a McDonald's é como se fosse uma grande casa aconchegante e o Ronald é o nosso titio querido, e fazemos questão de visitá-lo constantemente e sempre saímos de barriga cheia e felizes de sua casa.
A TV faz sua parte em apresentar as coisas boas da Vida, como por exemplo este anúncio publicitário:
Viram, como a publicidade faz sua parte, somos uns malditos ingratos, eles tentam nos mostrar o melhor e às vezes ficamos “cegos” diante de tanta coisa que vemos no shopping e não escolhemos o devido cartão de crédito.
Será que não temos cultura própria ou tudo que temos é uma má herança capitalista americanizada? Nosso povo esqueceu de seus verdadeiros heróis e acabam aceitando o primeiro herói que vêem pela frente, mas estes não deveriam ser os vilões?
Onde estão os princípios que outrora defendíamos com sensatez, onde está a bravura do leão do norte que foi invejada pelos Europeus? Precisamos urgentemente educar nossos filhos, AMAR as pessoas de forma espontânea, o processo de criação artístico deve ser inovador e criativo, deixemos as más influências de lado. Devemos voltar ao passado, até quem sabe a Grécia antiga para resgatarmos a ética aristotélica e a virtude dos sábios gregos. Devemos nos lembrar da vida com respeito, harmonia, integração que nossos queridos índios praticavam espontaneamente. Onde fomos parar? Quais são os nossos verdadeiros valores? Quem é o dono das nossas vidas? Não é preciso imediatismo com a resposta, mas devemos nos lembrar do que fomos um dia e o que somos agora?

STANDARD. Se a felicidade é um estado de espírito, use seu Cartão Sollo como guia espiritual [Anúncio]. In: INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. 6ª ed. São Paulo: Scipione, 2006. p. 33.

Por Gileat Paulino

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